Inovar vai muito além de colocar em prática uma nova ideia. Um produto, processo inovador precisa ser aplicável, viável e romper com velhas práticas. Joseph Schumpeter, economista, cientista social e um dos pais da inovação, lá no século XX já falava disso.
Pensando no conceito de Inovação Social associado às leis de incentivo, consideremos o seguinte: os produtos principais (o evento, atividade ou bem primordial finalístico ou essencial) e os produtos secundários (demais resultados do projeto dependentes, derivados ou vinculados ao produto principal) de um projeto aprovado altera a realidade do local onde ela está atuando? Se a resposta for sim, trata-se de um projeto inovador.
Inúmeras leis, inclusive, preveem a obrigatoriedade de que os projetos atuem em locais que mais precisam de mudanças e ideias novas. Como é o caso do Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais, ou Pro-mac, da cidade de São Paulo.
O programa desenvolveu um sistema de “faixas” para estimular e priorizar projetos que atendam regiões mais periféricas e menos desenvolvidas da cidade. Garantindo, dessa forma, que determinados locais recebam a atenção necessária para resolução de inúmeras necessidades.
Para além disso, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) buscam uma agenda em comum justamente pensando nisso tudo: compreender as necessidades de diferentes locais buscando resolvê-las através de diferentes meios e atividades inovadoras. Exatamente o que também é feito através de projetos de impacto incentivados.
O que é inovação social?
Segundo Joseph Schumpeter, as inovações podem surgir na sociedade através de novos bens, novos métodos de produção, descobertas científicas e tecnológicas, novos arranjos comerciais e, consequentemente, alteram o equilíbrio da economia.
Já o Manual de Oslo (2018) considera inovação todo produto ou processo novo ou melhorado (ou combinação deles) que difere significativamente dos produtos e processos anteriores. Independentemente da definição, inovar é uma estratégia de sobrevivência no mundo de hoje.
Instituições e pessoas que inovam, portanto, estão em um processo constante de aprendizado construindo ideias que fazem sentido. E quando essas ideias que fazem sentido são aplicáveis e atendem uma necessidade social, significa que estamos falando de Inovação Social.
Em 2003, o Centro de Inovação Social da Universidade de Stanford, criou então o conceito de Inovação Social que implica em: “o processo de inventar, garantir suporte e implementar soluções novas para as necessidades e problemas sociais”. A instituição acredita que pensar nesse conceito é importante para dissolver fronteiras e intermediar um diálogo entre os setores público, privado e sem fins lucrativos.
A Incentiv.me – taxtech de inovação tributária que oferece produtos e serviços para o ecossistema das leis de incentivo. – trabalha para, em conjunto a empresas e proponentes compreender o que cada um possui de mais inovador para beneficiar a comunidade ao seu redor, trocando experiências das diferentes visões entre setores da sociedade.
As fases da Inovação Social
O primeiro passo para inovar socialmente é identificar uma necessidade que não está sendo servida ou está sendo mal servida.
A segunda fase da inovação é testar uma ideia promissora na prática. É nesta fase em que as ideias mostram seus defeitos, são aprimoradas e evoluem.
Na terceira fase do processo, o foco da inovação social é alimentado, expandido, replicado e adaptado a outras realidades. A última fase é a aprendizagem e adaptação.
Como mensurar inovação social?
Inovação social está diretamente ligada a metas, gestão de processos organizados, métricas bem precisas e cuidadosas para que se possa mensurar esses resultados de impacto.
Para um projeto incentivado, além de influenciar na prestação de contas ao final da execução, são justamente essas mensurações que garantem que todas as ações realizadas pelos projetos sejam contabilizadas identificando toda a diferença causada ao atuar em determinado local.
É bem importante desmistificar a ideia de que mensurar impacto e definir metas envolve, necessariamente, algo super complexo ou uma nova tecnologia— afinal, inovação trata-se justamente disso.
Ela pode estar em todo o lugar e não necessariamente pressupõe o desenvolvimento de uma tecnologia nova, muito pelo contrário, aplicar um certo tipo de conhecimento onde ele ainda não existe, isso já é inovação.
Novamente, voltamos a utilizar os objetivos de desenvolvimento sustentável para exemplificar. Os desafios dos ODS são imensos e ninguém vai contribuir com isso sem uma dose bastante efetiva de inovação.
Luiz Gustavo Ortega possui 25 anos de carreira com destaque em desenvolvimento sustentável, inovação e desenvolvimento de mercado e em entrevista a respeito de inovação e sustentabilidade comenta que “não há nada de novo que você vá criar e que pense em inovação que você não tenha que prever todos os aspectos positivos e negativos ali gerados, buscando mitigar os negativos tanto no aspecto ambiental quanto no social.”
Projetos que inovam
Reciclar é uma festa
O projeto Reciclar é uma festa consiste na circulação de uma peça teatral infantil, com apresentações inteiramente gratuitas, garantindo o acesso irrestrito à cultura, com apresentações abertas e distribuição ao público em geral, em Escolas Públicas, Instituições Filantrópicas, ONGs, Teatros e/ou Centros Culturais.
O objetivo é incentivar e fomentar as atividades cênicas, a arte e a cultura brasileira, por meio das apresentações teatrais ao público.
Impactam nos ODS 4, 13 e 15
Elas por Nós
Da ciência à arte, são inúmeras as iniciativas pensadas por mulheres para fazer a diferença na vida de outras mulheres. Esse projeto, pensa em uma websérie que irá apresentar as trajetórias de algumas dessas mulheres, mostrando de onde elas vieram e o que têm feito para mudar o mundo.
As temáticas perpassam: saúde, tecnologia, comunidade, economia e arte.
Impactam nos ODS 4 e 5
Definindo prioridades para captar recursos
Tendo certeza de que o projeto ou instituição cumprem com o que é necessário para se considerarem inovadores, é preciso pensar em como, então, viabiliza-los. A captação de recursos para projetos incentivados pode se dar de diversas formas dependendo da lei ou da rede disponível para multiplicar com a instituição.
O mais importante é ter em mente que você precisa construir uma narrativa que explique o quanto aquele projeto é inovador e necessário. Compreender como contar a história que o projeto precisa que as pessoas conheçam, é a chave para que um possível patrocinador olhe com mais atenção não apenas para o projeto, mas também para a causa ali sendo defendida.
- Acredite que seu projeto é inovador demonstre isso através de dados, histórias e realidades que as pessoas que não convivem ali naquela região, provavelmente, não conhecem;
- Utilize de referências e inspire-se em instituições e projetos que funcionam inovando nas regiões onde atuam;
- Divulgue-se! As pessoas precisam conhecer as histórias que sua instituição tem a contar, e ninguém melhor que a própria para conta-las.
Na plataforma da Incentiv.me é possível fazer tudo isso e ainda contar com o apoio de um time de captadores prontos para vender as histórias junto com as instituições.
Marina Negrão Líder de Comunicação de Projetos na Incentiv.me Jornalista que acredita que a comunicação tem o potencial de democratizar o conhecimento! Apaixonada por boas histórias, atua na área de Comunicação e Programas da Incentiv.me.