O futuro dos negócios exige uma abordagem centrada no público. A aplicação do Design Thinking pode ser a peça que faltava para alcançar o sucesso que o seu projeto cultural merece, sobretudo numa época em que as informações competem entre si dentro da tela do celular do seu público.
Você já experimentou perguntar para o seu público o que ele deseja? Se você não sabe o que o seu usuário deseja, como pode saber o que oferecer a ele? O Design Thinking possui uma abordagem que coloca o usuário em primeiro lugar e cria uma experiência que fornece as informações mais relevantes para ele em um formato mais acessível.
Se você quer saber mais como funciona este modelo mental e como ele pode transformar a experiência do seu público com o seu projeto, então continue lendo este artigo!
O que é Design Thinking?
O Design Thinking é uma abordagem sistematizada para solucionar problemas de maneiras inovadoras, com ênfase na empatia (imaginar como o cliente é, age, pensa e se sente) e no conhecimento colaborativo.
A palavra design vem do latim, designare, que significa planejar, designar ou nomear algo para atender a um objetivo. O design começa com habilidades que as pessoas têm aprendido ao longo de várias décadas na busca por estabelecer a correspondência entre as necessidades humanas com os recursos técnicos disponíveis, considerando as restrições práticas do negócio.
Ao integrar o desejável do ponto de vista humano ao tecnológico e economicamente viável, os designers têm conseguido criar produtos que usufruímos hoje. De acordo com Tim Brown, conhecido como o pai do Design Thinking, esta abordagem representa o próximo passo: colocar essas ferramentas na mão das pessoas que talvez nunca tenham pensado em si mesmas como designers e aplicá-las a uma variedade muito mais ampla de problemas.
Uma curiosidade sobre o Design Thinking é que ele não é uma metodologia, mas sim uma abordagem, uma forma de se pensar. Outra curiosidade é que, pelo fato de ser ilimitado, o processo de Design Thinking parecerá caótico para as pessoas que o vivenciam pela primeira vez.
Aplicando o Design Thinking: o método do Duplo Diamante
Antes de falarmos sobre o método Duplo Diamante, é importante destacar que existem algumas habilidades a serem consideradas para utilizar o Design Thinking como abordagem em projetos culturais:
- Empatia: é a capacidade que temos de ir para além de nós mesmos e nos conectarmos com outras pessoas;
- Colaboração: é a capacidade de realizar atividades conjuntamente, acionando o potencial de uma inteligência diferenciada para a construção de caminhos ou soluções inovadora, e
- Experimentação: ao longo da jornada, entre erros e acertos, atuamos juntos e aprendemos.
Com isso em mente, saiba que o Duplo Diamante é um diagrama formado por quatro triângulos conectados para retratar as quatro fases do processo para levar à inovação. Ele é composto por duas fases divergentes e duas fases convergentes, como mostra a imagem abaixo.
O primeiro triângulo representa a fase de descoberta, que é divergente. Aqui a pergunta “qual é o problema a ser selecionado?” será endereçada. Nesta etapa, acontecem os insights para discussão em grupo, levantamento de dados e pesquisa de mercado.
Já no segundo triângulo acontece a fase de definição, que é convergente, Aqui são analisadas as ideias que surgiram durante o processo, de forma a filtrá-las para a próxima fase de divergência, a de desenvolvimento.
Na fase divergente de desenvolvimento, representada pelo terceiro triângulo, serão levantadas soluções para o problema proposto e serão realizados os primeiros testes.
No quarto triângulo convergente, acontece a quarta fase: a entrega. Aqui é onde a mágica acontece e as soluções serão analisadas e discutidas.
Se a fase convergente da resolução de problemas é o que nos aproxima das soluções, o objetivo do pensamento divergente é multiplicar as opções e criar escolhas. Brown explica que uma equipe de design thinkers transita por três espaços sobrepostos no decorrer do projeto:
- um espaço de inspiração (insights e briefing), no qual os insights são coletados de todas as fontes possíveis;
- um espaço de idealização (desenvolvimento) no qual esses insights são traduzidos em ideias; e
- um espaço de implementação (protótipo e entrega), no qual as melhores ideias são desenvolvidas em um plano de ação concreto e plenamente elaborado.
Com isso, é possível ter diferentes possibilidades para resolver problema, vários ângulos e perspectivas e diversas alternativas de soluções.
Para usar o Duplo Diamante, é importante ter claro que todo projeto começa com um desafio, o “design challenge”. Para chegar no melhor desafio é preciso que os atores envolvidos se alinhem. Isso significa que não somente o grupo precisa nivelar conhecimento entre si, mas com o cliente também.
A pergunta do desafio deve sempre começar com “Como podemos…?” Exemplo: “Como podemos redesenhar a experiência do usuário no festival de música brasileira?”. Note que esta pergunta é diferente de “Como podemos montar um palco alternativo para bandas independentes no festival de música brasileira?”.
Enquanto a primeira pergunta amplia o olhar para o usuário, a segunda já direciona para uma ação específica. A primeira é uma pergunta para o design challenge e estimula o Design Thinking. A segunda, não.
Prototipação de projetos culturais
Se você chegou até aqui, sabe que o pensamento de design é a abordagem centrada no ser humano para a solução inovadora de problemas. Para chegar a esse objetivo, o Design Thinking utiliza de um “kit de ferramentas” de design de experiência para integrar as necessidades do usuário. Confira abaixo as principais delas!
Mapa da empatia
É uma ferramenta de síntese das informações sobre o cliente numa visualização sobre o que ele diz, faz, pensa e sente. O Mapa da empatia possibilita a organização dos dados da fase de imersão de forma a prover entendimento de situações de contexto, comportamentos, preocupações e até aspirações do usuário .
Matriz CSD
A matriz Certezas, Suposições e Dúvidas (CSD) é usada para iniciar projetos. O objetivo é reunir todas as certezas, suposições e dúvidas entre os membros da equipe para que todos estejam cientes das informações disponíveis. A Matriz CSD é muito útil para fazer o levantamento sobre o que sabemos realmente sobre o projeto.
Matriz Esforço x Impacto
É uma ferramenta para priorização de tarefas. Ela divide os afazeres em 4 grupos, classificando-os de acordo com o impacto gerado e o esforço despendido.
Sua origem não é totalmente certa, mas costuma ser bastante utilizada no Lean Six Sigma. Já os principais objetivos desse modelo de análise são gerar consciência sobre a utilização do tempo e planejar a execução de projetos.
Que tal aplicar estas ferramentas para estimular o Design Thinking da sua equipe no momento de desenvolver seu projeto cultural? Conte para a gente como foi a experiência!
Larissa Gaspar Coordenadora de Relacionamento na Incentiv.me Jornalista apaixonada por ouvir e contar histórias, acredita no potencial transformador da educação como forma de mudar o mundo. Atua na área de Ativação e Monitoramento da Incentiv.me