Após um ano atípico com a pandemia do coronavírus e a necessidade de se reinventar, as ações realizadas pelas instituições se tornaram tendência do terceiro setor para 2021.
Com a pandemia do coronavírus e as inúmeras restrições sociais que foram impostas, o terceiro setor precisou se adaptar ao meio digital. Assim, através de captação de recursos financeiros e materiais, as instituições encontraram uma maneira de dar continuidade aos seus projetos.
Sabe-se que grande parte das ações executadas pelas organizações não governamentais e pelas organizações da sociedade civil (ONGs e OSCs) eram realizadas de maneira presencial. Ou seja, cursos, oficinas, eventos, entre tantas outras atividades, precisaram se adaptar à realidade do distanciamento social.
Isso fez com que as instituições se modernizassem, mesmo que rapidamente. E mesmo que o fim da pandemia pareça estar cada vez mais próximo com o avanço da vacinação, a solução dos desafios enfrentados em 2020 foram apontados como tendências para este ano.
Neste artigo vamos mencionar quais são as quatro tendências para o terceiro setor em 2021 e como elas podem ser consideradas a longo prazo.
4 principais tendências do terceiro setor
A tecnologia e o uso de ferramentas virtuais são a base das tendências previstas para este ano de 2021. O terceiro setor tem buscado cada vez mais a interação com o mundo virtual, digitalização, uso de ferramentas virtuais. Assim como parcerias e participação em projetos de pesquisas de interesse público.
Abaixo, apontamos e explicamos as quatro principais tendências deste ano:
Presença no meio digital
Visto a necessidade de integrar o mundo físico ao digital, de maneira rápida, porém eficiente, as instituições precisaram se atentar às tecnologias. E, apesar disto, não foi um momento de surgimento de novas ferramentas, mas de compreender as já existentes e incorporá-las.
A fim de manter a captação durante o período de isolamento social, a digitalização passou de tendência para uma realidade inerente nos processos de mobilização de recursos. Por esta razão, muitas instituições viram na captação digital a única solução para manter seus projetos em funcionamento. E, para além disso, dar apoio às ações de combate ao novo coronavírus.
Uma pesquisa realizada pela Funriase mostrou que 54% dos doadores, em âmbito mundial, sentem-se mais confortáveis ao contribuir por meios digitais através de cartão de crédito ou débito.
Já na América do Sul, 46% preferem doar online e 11% via Paypal, que é uma carteira digital. Ou seja, mais de 55% dos doadores optam pela doação por meio online/digital.
Por isso a presença online se tornou uma tendência entre as práticas do terceiro setor.
Presença nas redes sociais também é importante
As instituições precisam estar cada vez mais atentas aos canais digitais de informação e comunicação, ou seja, as redes sociais. Ter presença sólida neste ambiente traz mais transparência e pode ser visto com bons olhos pelos investidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.
As pessoas que apoiam e fazem incentivos ao terceiro setor querem acompanhar os serviços e engajar ainda mais através das publicações em redes sociais.
Parcerias em projetos de pesquisa de interesse público
Um dos grandes destaques nesta área foram as grandes instituições públicas que reforçaram parcerias com o setor privado. A finalidade era estimular suas ações e pesquisas voltadas ao enfrentamento à Covid-19.
Neste sentido, há dois destaques: o Instituto Butantan, que por meio do apoio da iniciativa privada, conseguiu realizar obras em sua fábrica para ampliação da capacidade de produção de vacinas.
Já a Fundação Oswaldo Cruz, conhecida popularmente por Fiocruz, captou cerca de R$ 495 milhões em pouco mais de um ano através do amparo de iniciativas de empresas, pessoas físicas e até mesmo do poder judiciário.
Ainda não é muito comum que instituições públicas brasileiras construam processos a fim de mobilizar parcerias com outros setores. Em 2020, contudo, este cenário mudou e se tornou uma tendência para este e os próximos anos.
Influenciadores digitais como embaixadores
Ainda considerando o digital e a sua importância no terceiro setor, combinar este meio com os influenciadores digitais é uma aposta que está ganhando cada vez mais força nas instituições.
Como o próprio nome diz, os influenciadores digitais possuem grande influência nas redes sociais, de modo a conseguir engajar incentivadores e atrair forças à causa da instituição.
Muitos destes influenciadores já costumavam realizar ações assistencialistas, como entrega de cestas básicas, presentes em datas festivas como natal e dia das crianças, entre outras ações.
Contudo, a partir do momento que se tornam embaixadores ou apadrinham uma ONG, eles elevam estas ações a projetos que vão impactar a sociedade a longo prazo e não só de maneira emergencial ou sem criar qualquer vínculo com a comunidade assistida.
Temas de cunho ambiental, esportivo, desigualdade social, entre tantos outros, são pertinentes à sociedade e ganham cada vez mais espaço nas mídias sociais. Assim, instituições que trabalham com estas temáticas conseguem ganhar mais voz nos espaços digitais através do influenciadores.
Tendências no terceiro setor têm a pandemia como legado
É inegável que houve diversos desafios enfrentados pelas organizações sem fins lucrativos durante a pandemia. Contudo, as ações realizadas para enfrentar tais desafios culminaram nas tendências apontadas para este ano de 2021 e os próximos.
Foi explícita a adaptação aos meios digitais, tanto para captação quanto para continuidade das suas atividades. ESG e filantropia nunca tiveram tanta força como neste período.
É possível que o volume de doações volte ao “normal” conforme a pandemia for chegando ao fim. Porém, a cultura de doação, bem como o engajamento da sociedade e empresas em causas sociais, foi bem inserida e deve se estabelecer em longo prazo.
Sandy Costa Analista de Comunicação Institucional na Incentiv.me. Jornalista graduada pela UFSC, apaixonada por músicas, filmes e séries