Saiba como os Negócios de Impacto Socioambiental (NIS) unem sustentabilidade financeira e geração de valor socioambiental
Com a Nova Economia, novos formatos de organização híbridos surgiram. Eles buscam atingir dois objetivos antes vistos como incompatíveis: sustentabilidade financeira e geração de valor socioambiental. Dentro desse contexto, se encontram os Negócios de Impacto Social (NIS).
Antes de mais nada, os Negócios de Impacto Social (NIS) não são ONGs, pois não dependem de filantropia e doações. Contudo, também não são empresas tradicionais, pois não medem seu sucesso pelo lucro, mas sim, pelo impacto social causado.
Em conclusão, os NIS visam resolver as necessidades da população de baixa renda e as minorias. Isso é feito através da oferta de produtos e serviços de qualidade a preços acessíveis, que oferecem também oportunidades de trabalho, emprego e renda para aqueles que mais precisam.
Abaixo, vamos detalhar mais sobre esse novo formato organizacional e como sua empresa pode se enquadrar nele.
Os quatro princípios dos NIS:
Para que uma empresa possa ser enquadrada como um Negócio de Impacto Socioambiental (NIS), quatro princípios básicos devem ser seguidos por ela. Eles são os seguintes:
- Propósito – A empresa deixa claro na sua missão o propósito de gerar impacto socioambiental positivo;
- Avaliação de impacto – A empresa conhece, mensura e avalia o impacto gerado pelo negócio periodicamente;
- Receita própria – A geração de receita vem da venda de seus produtos e serviços;
- Governança – É estabelecido um modelo de governança que considera as várias partes interessadas, não apenas investidores e clientes, mas também a comunidade.
Grupos de atores no ecossistema de investimentos e Negócios de Impacto (NIS):
Além dos princípios que citamos anteriormente, o ecossistema de investimentos e negócios de impacto é formado e influenciado por quatro grupos de atores que detalharemos abaixo.
Quem faz:
Quem faz o ecossistema de investimentos e esse formato organizacional são os Negócios de Impacto, que representam a demanda de capital. Portanto, esses Negócios podem assumir diferentes formatos, como Organizações da Sociedade Civil (OSCs, também conhecidas como ONGs), cooperativas ou empresas que têm como missão a resolução de problemas sociais e ambientais.
Quem apoia:
As organizações intermediárias (aceleradoras e Incubadoras) atuam na conexão e qualificação de empreendedores e investidores. Essas organizações trabalham em torno de quatro agendas: conhecimento e informação/monitoramento, certificação de impacto/mobilização de recursos, serviços financeiros/gestão e acesso a investidores.
Quem financia:
Os investidores dos negócios de impacto representam a oferta de capital. Portanto, esses investidores podem ser indivíduos, corporações, institutos e fundações, bancos e agências de fomento, fundos de pensão, empresas de seguros, organismos multilaterais e o governo.
Quem regula:
Por fim, o governo pode ter atuação transversal no ecossistema e assumir os mais variados papéis. Por exemplo, o governo pode ser o regulador para criar ou reestruturar normativas para um ambiente legal mais proveitoso para os empreendedores e investidores de impacto.
Ele também pode assumir o papel de comprador de soluções de impacto (para combiná-las com políticas públicas) ou de investidor direto em negócios ou em instrumentos financeiros de impacto. Além disso, o governo também pode ser o fomentador de agendas relevantes, no incentivo e financiamento de práticas como aceleração, mensuração, pesquisa ou consolidação de dados sobre investimentos e negócios de impacto.
Como o setor de NIS pode crescer:
Para que esse setor possa crescer e se fortalecer, é necessário que uma combinação de estratégias seja feita. Portanto, deve-se mover, ao mesmo tempo, as quatro engrenagens abaixo de uma maneira equilibrada e progressiva:
- Aumentar o número de negócios de impacto qualificados e prontos para serem investidos. Isso permite presença e atuação em diversos setores e em todas as regiões do país.
- Aumentar o capital disponível para os negócios de impacto que mensure seus resultados. Estes devem ser provenientes de diferentes fontes e sensíveis às particularidades de cada etapa do ciclo de vida dos negócios.
- Aumentar o número, a diversidade e a abrangência do atendimento das organizações intermediárias.
- Ter mais lideranças da sociedade civil, gestores públicos fortalecidos e legislações favoráveis.
Portanto, os Negócio de Impacto Socioambiental (NIS) fazem parte de um movimento que pode ajudar a impulsionar as metas propostas pela Agenda 2030, pois atuam diretamente com causas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-conjunto de metas socioambientais criado pela ONU). Logo, eles trazem soluções inovadoras que contribuem para a transformação social e para a construção de um mundo mais justo e mais sustentável.
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Roberta Carvalho Executiva de Contas na Incentiv.me Designer, especialista em leis de incentivo e responsabilidade social corporativa. Apaixonada pela natureza, acredita na colaboração para tornar o mundo um lugar melhor, mais justo e sustentável.