Desde o início da crise causada pela Covid-19 no Brasil, todos os setores da economia criativa foram atingidos de alguma maneira negativa e tiveram que se reinventar e readaptar. Alguns setores, entretanto, vêm sendo mais atingidos economicamentes que outros e um dos principais é a cultura.
De acordo com Douglas Nicolau, CEO da Incentiv.me, startup de inovação tributária, a campanha incentiva as pessoas a refletirem sobre a importância da cultura no seu cotidiano. “Se você parar agora e pensar se já passou pelo menos um dia, durante todo o seu ano, sem: consumir, escutar, assistir, ler ou fazer atividades que não estejam relacionadas à cultura, você provavelmente não irá encontrar esse dia. E faz todo o sentido. O nosso cotidiano é rodeado de economia criativa”, sugere. O CEO explica que se você está no trânsito, ouvindo a rádio, a música faz parte da cultura. Um streaming: cultura. Uma live — que se tornou tão comum em tempos de pandemia, atividade cultural.
A cultura é algo inerente à vida das pessoas. É o que mostra os dados do então Ministério da Cultura brasileiro. s setores culturais e criativos no Brasil movimentam R$ 171,5 bilhões por ano. Isso equivale a quase 3% de todo o PIB do país. A previsão inicial para o período de 2020/2021 era de que esses setores gerassem R$ 43,7 bilhões para o PIB brasileiro.
Com o início do segundo semestre do do ano, os resultados preliminares da pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil mostram que foi justamente esse o setor mais foi afetado pela pandemia do novo coronavírus. E eles tendem a voltar à atividade só no fim da crise.
“Pensando em um estado como o de São Paulo, onde quase 1,5 milhão de pessoas vivem da cultura, o apoio à esse público se mostra mais que necessário nesse momento de crise”, complementa a COO da Incentiv.me e musicista Thais Nicolau.
Diversos estudiosos do setor da economia criativa, acreditam que, apesar de serem os últimos a voltar às atividades usuais, a cultura pode ser uma das protagonistas na retomada econômica do país no pós-pandemia “Para tanto, é necessário que se viabilize a sobrevivência dos diversos pilares envolvidos com o setor”, sugere. Por esse motivo, a campanha #aculturanaopara pretende auxiliar exatamente este público que, em sua maioria, não possui renda fixa — no país todo, 44% dos trabalhadores da cultura atuam de forma autônoma e sem renda fixa, de acordo com dados do IBGE.
A ideia é dar visibilidade a grandes projetos culturais que fazem parte da plataforma Incentiv.me para que as empresas ou pessoas possam redirecionar parte de seus impostos a esses projetos, garantindo que quando a crise passe, a retomada seja garantida.
Direcionamento de impostos
As empresas e pessoas, em vez de pagar 100% dos impostos ao governo federal, podem direcioná-los diretamente a um projeto ou causa social. A Incentiv.me atua como mediadora neste processo, dando o suporte para que o imposto seja direcionado para os projetos com as quais a marca se identifica.