Entender que cultura é investimento e gera impacto positivo para além do produto cultural é o primeiro passo para construir mercados e futuros.
Desde o ano de 2019, a cultura enquanto segmento econômico tem passado por fases bastante desafiadoras. Corte de orçamento público, redução de fomento, mudanças em leis de incentivo fiscal, substituição do Ministério da Cultura por uma Secretaria da Cultura e, é claro, a pandemia.
O setor cultural foi um dos mais afetados de forma direta e indireta, ainda que seja difícil mensurar com exatidão quantas pessoas foram atingidas por conta do alto índice de informalidade e de capilarização em atividades indiretas.
Contudo, um estudo da Unesco de dezembro de 2020 apontou que, durante seis meses de confinamento social, a área de produção musical pode ter perdido mais de US$ 10 bilhões em patrocínio e apoio institucional. O mercado livreiro deve sofrer uma redução de 7,5% por causa da crise.
Dessa forma, as incertezas sobre o futuro ou sobre como os mercados vão reagir ainda são gigantescas
Por outro lado, pesquisas apontam que a cultura cumprirá um papel fundamental na retomada econômica no cenário pós-pandêmico, pelo seu caráter dinâmico e agregador. E, por esta e outras tantas razões, talvez seja o caso de dar a ela a condição de destaque e prioridade nos investimentos como ela merece.
Cultura é mais do que entretenimento. É a sociedade. Investir em cultura é investir no nosso melhor. Por isso, mais do que responder quanto vale investir em cultura é preciso entender quanto vale a cultura e como é possível medir seu valor social e não somente econômico. Portanto, se você quer saber mais sobre isso, leia este artigo!
Você sabe qual é o valor da Cultura?
Além de ser um direito previsto constitucionalmente, é inegável que a cultura cumpre uma função social essencial para construção de sociedades mais justas, felizes e saudáveis, sendo uma ponte para a promoção da cidadania.
Antes de levantar os benefícios de investir na cultura, é importante que saibamos definir o que é preço e o que é valor. Em linhas gerais, preço é o que se paga por um produto ou serviço e é medido de maneira objetiva, quantitativa, geralmente numérica, vulgo dinheiro.
Já o valor é o benefício proporcionado, é a percepção qualitativa, subjetiva, é conceito atribuído e também decorre de construções sociais, dentro de um tempo-espaço.
Ainda há muita confusão entre essas duas palavras. Por isso, existe a necessidade de entender os conceitos, especialmente porque se referem a aspectos tangíveis e intangíveis, tais como também se pode perceber no meio cultural.
O que seria então a cultura se não um encontro entre valor e preço? A cada R$1 investido pelo governo em cultura gera R$13 de retorno para os cofres públicos, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Essa é uma referência objetiva e serve também de justificativa para os mais racionais.
Dessa forma, os conceitos de investimento ou custo, numa perspectiva econômica, orientam mercados e com a cultura não é diferente. Poderíamos arriscar dizer que cultura tem preço definido, mas valor imensurável. Sim, pois nem sempre é possível ter indicadores de quanto tempo, por exemplo, uma experiência cultural fica marcada na memória de uma pessoa ou como um projeto cultural vai impactar uma comunidade.
É possível mensurar o poder da Cultura?
Se você ainda não consegue imaginar o que um evento cultural é capaz de fazer, vamos tentar de uma forma simples. Imagine uma pacata cidade no interior do Brasil. De repente, um grupo musical resolve fazer uma apresentação nessa cidade. Logo chegam muitas pessoas, barraquinhas de comida e os bares decidem ficar abertos até mais tarde.
No outro dia, a surpresa cultural era assunto: quando será a próxima apresentação? E assim, a tal cidadezinha passou a ter um calendário anual com manifestações culturais que atraem investidores e turistas, gerando empregos e movimentando a economia local.
Essa poderia ser a história de muitas cidades do Brasil e do Mundo que passaram a ter suas rotinas transformadas por eventos culturais. Não saberia dizer qual seria o preço do cachê da banda. Mas, com certeza, o valor foi percebido por todos.
É isso que a cultura faz: ela gera movimento social e econômico e amplia a percepção de valor, porque cria experiência. Negar isso, além de ser quase um atentado social, é também pouco inteligente do ponto de vista financeiro. Somos um povo rico culturalmente.
O que deve ser feito?
Ter uma diversidade cultural gigante não é tudo, é preciso criar caminhos possíveis para que as ideias se tornem realidade. Daí a importância de entender que, apesar de poderosa, a cultura não é autossuficiente.
É preciso mudar a lógica verticalizada da economia para uma economia mais horizontal, mais circular, onde os saberes convivem, onde os setores privado, público e social encontram pontos de conexão e convergência.
Se, desde os tempos das cavernas, o homem precisa buscar espaços fora de si para se expressar, durante a crise provocada pelo coronavírus, a cultura foi quase remédio, um bálsamo para os dias cinzentos, quase uma vacina contra o tédio. A cultura é resiliente e resiliência é poder.
Por que investir no setor cultural?
Investir em qualquer coisa é acreditar que ela é importante ou será. Então, mais do que tudo, é urgente perceber a importância de construir uma cultura de investimento em cultura.
Existem empresas que já exibem em sua cultura organizacional, em seu DNA, o apoio a projetos culturais e conseguem reconhecer os benefícios disso. As leis de incentivo fiscais são uma das maneiras que as empresas utilizam para apoiar projetos culturais, por exemplo.
Os motivos para investir no setor cultural são vários, entre eles:
- Movimentar a economia, aumentar a percepção da empresa;
- Contribuir com indicadores sociais;
- Otimizar o uso de impostos para gerar impacto social positivo;
- Reforçar ativação de marca, promover ações de relacionamento;
- Criar mercados locais, aumentar venda de produtos e serviços;
- Melhorar a gestão ESG.
No livro “O fio da miçanga”, o escritor Mia Couto usa a simbologia do colar para tecer histórias que se conectam invisivelmente. E a cultura é também assim, é o tecido social em que estamos inseridos e nem sempre percebemos. Afinal, cultura conecta e inclui.
Como investir em projetos culturais?
A Incentiv.me é uma startup de inovação tributária que pode descomplicar todo esse processo burocrático para você. Via leis de incentivo, sejam elas federais, estaduais ou municipais, a sua empresa pode destinar parte dos impostos para projetos culturais.
Então, se quiser começar a fazer a diferença agora, descubra qual é o potencial do seu negócio nas leis de incentivo através do nosso diagnóstico gratuito.
Esperamos que você tenha compreendido o valor e a potência da cultura para além de seu preço. Como disse Paulo Gustavo, “rir é resistência” e nós aqui da Incentiv.me multiplicamos sorrisos toda vez que um projeto é incentivado.
Leana Mattei Head de Prospecção na Incentiv.me Apaixonada por gente e por ideias de um futuro melhor, tem mais de 22 anos de atuação em Sustentabilidade e Impacto Social, incluindo produção no Carnaval da Bahia e gestão de carreira junto a artistas como Carlinhos Brown, além de projetos culturais locais.